Abrir um bom vinho e degustá-lo calmamente. Ah, esta cena não parece perfeita pra você?
Saiba que conhecer algumas técnicas básicas para fazer a degustação dos vinhos pode tornar este momento ainda mais especial.
Muitas vezes, quando falamos sobre degustação de vinhos, termos e técnicas podem até fazer parecer algo muito complexo ou difícil, mas não é!
Neste artigo, quero ensinar como a degustação de vinho pode ser simples e extremamente prazerosa.
O livro “Guia Essencial do Vinho – Wine Folly”, dos autores Madeline Puckette e Justin Hammack, traz um guia prático para degustação de vinhos em 4 passos e é indispensável tanto para iniciantes quanto iniciados.
Hoje, vou compartilhar essas 4 técnicas ensinadas no livro e mostrar como é possível desmistificar a degustação.
Degustando um bom vinho
Antes de partirmos para as técnicas, quero falar um pouco sobre o que é degustação e porque a fazemos para apreciar os vinhos.
O método de degustação tem como objetivo a habilidade do degustador em separar e identificar características do vinho e aprimorar sua memória olfativa.
Através das técnicas, conseguimos perceber todas as nuances de sabores e aromas presentes na bebida, tornando a experiência muito mais rica e profunda.
Degustação em 4 passos
Os quatro passos que compõem a técnica de degustação dos vinhos têm o objetivo de nos apresentar as particularidades do rótulo que estamos degustando e para isso, é preciso saber o que procurar em cada uma delas.
Primeiro passo: o olhar
O primeiro sentido que deve ser explorado na degustação é a visão.
Para começar, sirva na taça apenas 75ml de vinho em uma taça. Para o exame visual incline a taça sobre um fundo branco e analise sua cor, prestando atenção na tonalidade da borda do líquido.
É possível descobrir algumas pistas sobre o vinho apenas inspecionando a cor, intensidade, opacidade e a sua viscosidade, que é uma certa aderência do líquido nas paredes da taça.
Após ser agitado, o vinho escorrerá e formará aquilo que chamamos de 'lágrimas do vinho', causadas pela tensão superficial do líquido.
Quando a bebida tem densidade, escorre rapidamente nas paredes da taça, o que indica que este vinho terá pouco corpo, e na boca não terá aquela sensação aveludada. Já, quando o líquido escorre lentamente, indica um nível elevado de álcool, mudando a complexidade de sabor.
Outro ponto fundamental nesta etapa da degustação é a cor.
A coloração do vinho é um assunto muito complexo, deve-se analisar cuidadosamente todas as informações importantes que ela nos fornece, como o método de produção e a variedade da uva.
Principais variações de cor
Tintos Jovens: violeta pálido a rubi intenso;
Tintos Maduros: de rubi pálido com reflexos alaranjados a marrom tijolo (âmbar);
Brancos Jovens: de amarelo palha com reflexos esverdeados ou com reflexos dourados;
Brandos Maduros: de dourado leve a intenso;
Rosés Jovens: de rosa claro a escuro;
Rosés Maduros: de rosa escuro com reflexos dourados até âmbar.
Segundo passo: os aromas
O segundo sentido que vamos aflorar para a degustação é o olfato.
Para isso, incline sua taça um pouco abaixo do nariz e aspire, gire a taça e aspire novamente com mais calma e por mais tempo.
O ato de girar a taça é primordial nesta etapa já que ele libera os compostos aromáticos da bebida.
Para que você tenha uma experiência completa, é importante repetir diversas vezes a análise dos aromas até que possa tirar conclusões.
Os aromas são divididos em primários (provenientes das uvas), secundários (oriundos da elaboração do vinho e das reações causadas por leveduras e bactérias) e terciários (vindo do envelhecimento e da interação controlada com o oxigênio).
Vale lembrar que alguns aromas podem ser defeitos e é importante saber diferenciar.
Terceiro passo: o paladar
Finalmente a hora mais esperada: o exame gustativo!
Dê um gole e faça com que o vinho passe por todas as partes da boca, entrando em contato com todas as regiões da língua. Isso é importante, pois cada uma delas é única em relação a percepção de sabores.
Identifique as características básicas: sua doçura intensa, a acidez que faz a boca salivar, os taninos que causam a sensação de secura na boca e o álcool que causa um calor no fundo da garganta.
Cada uma dessas características de sabor constroem a complexidade da bebida.
Após degustação, você deve criar o perfil do vinho, tentando categorizar os aromas. Por exemplo, se sentir gosto de baunilha, provavelmente é devido do carvalho.
Quarto passo: a avaliação
Após degustar o vinho e, com todas as informações que você conseguiu durante os passos, você pode avaliá-lo!
E, a pergunta principal é: todas as características estão em equilíbrio?
Geralmente, quando há desequilíbrio, existem algumas características que se sobrepõem a outros sabores, como por exemplo, um excesso de álcool, ou sabor ácido.
É importante que você identifique o que te faz preferir um rótulo ao outro, lembrando sempre de anotar o nome do vinho, região e uva.
Assim, você vai criar um pequeno caderno de degustação de vinhos e anotar suas percepções, os aromas que sentiu, os sabores que percebeu e etc.
Uma dica que sempre dou para quem gosta de brincar com sabores do vinho é reunir os amigos mais queridos e praticar uma degustação às cegas! Além do aprendizado, pode ser muito divertido.
Bom, agora que você aprendeu melhor como se degusta um vinho, aproveite para aprimorar sua memória olfativa e gustativa, grave as características e sabores específicos das uvas, ou de uma determinada região, safra ou produtor.
Garanto que a cada dia ficará mais fácil!
Se você quiser se aprofundar ainda mais no mundo incrível dos vinhos, não deixe de seguir meu canal no YouTube: Por aí com Gabi.
Agora eu quero saber sobre você: quais são suas maiores dificuldades na hora de degustar um vinho? Conte aqui embaixo nos comentários.
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