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Rótulos de vinhos: aprenda ler as informações


Safra, produtor, origem... Quantas informações cabem em único rótulo de vinho! E todas elas juntas formam um documento que nos conta tudo o que precisamos saber!

Compreender cada informação contida no rótulo dos vinhos é essencial para saber exatamente qual a proposta daquela bebida.

À primeira vista, alguns podem considerar confuso tudo aquilo, principalmente os apreciadores que não tem muita familiaridade, porém são essenciais e fazem parte da experiência com a bebida.

Dados como a região de produção, o tipo da uva utilizada, entre outras informações, nos conta a história do vinho e nos conta tudo o que precisamos saber antes de escolher um rótulo.

Pode parecer muita informação, mas a verdade é que a leitura dos rótulos de vinhos finos pode ser bem simples.

E como diz o ditado: quem tem informações, tem poder. Para saber o que estamos comprando e ter a certeza da qualidade do vinho, entender um rótulo é fundamental.

Neste artigo, vou falar um pouco sobre a importância dos rótulos para a comercialização dos vinhos e como entender todas as informações que estão ali descritas.


Quais são as informações básicas?

Em uma rápida análise pelas prateleiras de vinhos, é possível perceber que não há um padrão específico para a informações dos rótulos.

A verdade é que nem todos os rótulos apresentam as informações de forma detalhada, porém, existem algumas que são primordiais e aparecem em praticamente todos os vinhos finos.

Os rótulos dos vinhos atuam como guias, fazendo a comunicação entre o produtor e o consumidor, por isso, algumas informações são básicas:

  • nome do vinho

  • nome da uva

  • safra

  • grau alcoólico

  • volume

  • nome da região

  • maturação

  • envelhecimento


O que cada informação quer dizer?

As opções de vinhos disponíveis do mercado são tantas e, tão variadas, que seria inviável saber a qualidade apenas provando.

Por isso, entender todas as indicações dos rótulos nos ajuda a fazer as melhores escolhas.


> A safra do vinho

Uma das informações principais sobre os rótulos é saber identificar o ano em que a uva que compõe o vinho foi colhida, ou seja, a safra.

A safra é uma identificação bastante importante, não somente para a validade do vinho, mas também para atestar sua qualidade.

Vinhos tintos, por exemplo, podem apresentar envelhecimentos distintos, dependendo da proposta da bebida. Enquanto determinados tipos ficam melhores com o passar dos anos, outros perdem suas características e aromas pelo mesmo motivo.

Quanto à validade das bebidas, os tintos devem ser consumidos em até 5 anos, com exceção dos Vinhos de Guarda, que podem continuar evoluindo por anos ou até mesmo décadas, enquanto brancos e rosés devem ser consumidos em até 3 anos.

Títulos que apresentam a informação de “não safrados” indicam que são elaborados a partir da mistura de diversas safras.


> O tipo da uva

O tipo da uva utilizada no vinho também entra na categoria de informações essenciais.

Como sabemos, cada tipo de uva confere ao vinho características diferentes, por isso, é fundamental ter clareza do tipo de bebida que está sendo comprada.

Vinhos que são produzidos apenas com um tipo de uva ou uma grande porcentagem dela, são chamados de Vinho Varietal e tem o nome da espécie utilizada informada.

Já os títulos que são produzidos com dois ou mais tipos de uva, são chamados de Vinho de Corte, também conhecidos como “blends” ou “assemblage”.


> A graduação alcóolica

A graduação alcóolica é um processo bioquímico causado por microrganismos e é responsável pela duração dos vinhos, ou seja, quanto mais álcool, maior tendência à longa duração, seja aberto ou fechado.

Existem também os vinhos fortificados, que são aqueles em que há adição extra de álcool, podendo variar entre 15 a 22%, como o Xerez, da Espanha e o Vinho do Porto, de Portugal.

Os demais, chamados de Vinhos Tranquilos, ou seja, não gasosos, variam entre 8 a 15% de álcool. Já os vinhos espumantes variam entre 9,5 a 12%.

> Informações adicionais

Existem outras informações que contam sobre a proposta do vinho, mas que não são comuns de serem encontradas.

Indicações como a idade das vinhas, a origem do engarrafamento e o terroir - palavra de origem francesa usada para se referir a condições climáticas da produção - podem ser encontradas em alguns tipos de vinho, mas não são características tão frequentes.


Riserva, Reserva ou Gran Reserva?

Existem algumas denominações no rótulo que indicam como foi o processo de produção da bebida.

Se você é um amante dos vinhos, certamente já leu nos rótulos os termos Riserva, Reserva ou Gran Reserva, certo?

Antes de explicarmos o que significa cada uma dessas classificações, é preciso entender que o uso delas varia conforme o país produtor.

Ou seja, não há uma regulamentação única que oriente o uso dessas especificações e, portanto, cada região é responsável pelo seu próprio sistema.

No Velho Continente, Espanha e Itália, por exemplo, possuem legislações bastante específicas na produção de vinhos.

Na Espanha, para um vinho ser classificado como 'reserva', ele precisará ser envelhecido por três anos. Já na Itália, o tempo mínimo de amadurecimento e envelhecimento é determinado pelo órgão regulador de cada tipo de vinho e região.

Em Portugal e na Franca, apesar de não haver regras pré-estabelecidas para a denominação dos vinhos, quando os produtores estampam as indicações Reserva ou Reserva Especial, no caso português, e Cuvée e Reserve para os vinhos francesa, temos certeza de uma bebida superior ou um lote especial.

No Brasil também não há uma regulamentação sobre uso desses termos e cada produtor decide como aplicá-los em seus rótulos.

Em linhas gerais, todos esses termos indicam uma classificação da qualidade dos vinhos. Para ficar claro, podemos esquematizar da seguinte forma: tudo se inicia com os vinhos de entrada das vinícolas, o reservado; conforme aumenta a complexidade de critérios no processo de produção e vinificação, encontramos os vinhos varietal, reserva, reserva especial, gran reserva, edição limitada, entre outros.


As origens do vinho: Velho Mundo X Novo Mundo

Para quem já está mais familiarizado com o universo dos vinhos, sabe que estes podem ser diferenciados por rótulos de vinhos do velho e novo mundo, ou seja, vinhos europeus e não-europeus.

Essa classificação não tem relação com a qualidade dos vinhos, mas sim com parâmetros utilizados na produção e como as informações são passadas aos consumidores.

Os vinhos do Velho Mundo destacam principalmente o produtor e a região onde as uvas foram cultivadas, como por exemplo, a região de Champagne, Chianti, Bordeaux, Rioja e etc.

Uma rápida pesquisa sobre a região de Bordeaux, por exemplo, mostrará que são cultivadas principalmente as uvas Merlot e Cabernet Sauvignon, e os vinhos produzidos dessas uvas são misturados para formar os “blends”.

Estes são comuns nos países como França, Itália, Espanha, Portugal e outros.

Já nos rótulos do Novo Mundo, destacam o nome do vinho e da(s) uva(s) que são utilizadas, como Riesling, Malbec, Syrah, Pinot Noir, Merlot e etc. São geralmente provenientes do Brasil, Argentina, Chile, África do Sul, Estados Unidos e Austrália.

É importante frisar que cada país requer um percentual mínimo de determinada variedade da uva presente no vinho, para que o nome dela possa estar no rótulo.

Nos EUA, Chile e Brasil, são necessários 75%; Argentina 80%; Nova Zelândia, África do Sul e Austrália 85%.


Descomplicou? Espero que com essas explicações, entender cada informação contida nos rótulos dos vinhos se torne mais simples e, até divertido.

Mais do que regras, essas indicações atuam como guias para que possamos viajar por esse universo tão maravilhoso.


Ainda tem alguma dúvida sobre os rótulos dos vinhos? Deixe aqui nos comentários.

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