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  • Foto do escritorGabi Bigarelli

Cortiça: nem só de vinho vive Portugal!


Você já parou para pensar de onde vem a rolha do seu vinho? Este item tão essencial para a vinicultura carrega com si muitos atributos.

Com mais de três séculos de história, a cortiça é um dos produtos naturais mais apreciados internacionalmente, parceira de longa data dos vinicultores.

Ao abrir uma garrafa de vinho, nem conseguimos imaginar o longo caminho percorrido pela rolha de cortiça para chegar até ali. Nem todos sabem, mas ela vem de uma árvore chamada sobreiro, uma espécie de carvalho.

Dela é retirada a cortiça e é essencial não somente para vedar as garrafas, mas é uma das responsáveis por adicionar complexidade à bebida.

A rolha de cortiça tem a capacidade de, ao mesmo tempo que tampa a bebida, evitando qualquer derramamento, permitir que haja troca de ar com o exterior, o que adiciona profundidade ao sabor.

Portugal: o rei das cortiças

Portugal é o maior produtor mundial de cortiça, responsável por cerca de 50% da produção mundial, condensados em apenas 23% do total das áreas florestais portuguesas.

A indústria corticeira está principalmente ligada com a cultura vinícola, mas, também tem grande força em outras gamas de produtos, garantindo uma posição de referência no mercado mundial.

O sobreiro é uma das espécies de árvores mais comuns em Portugal, tendo suas maiores plantações localizadas no Alentejo litoral e nas serras algarvias. Ele produz uma madeira extremamente resistente, além de ter grande longevidade.



Em uma das minhas viagens à Portugal, tive a honra de reencontrar uma grande amiga, Luiza Amorim. Em uma conversa muito legal e cheia de informações, ela contou os detalhes do mercado da cortiça no mundo. Para assistir, clique aqui.


Como é feita a rolha?

A produção de rolhas envolve diversos processos que são bastante complexos e boa parte deles feitos manualmente.

O primeiro desafio é o tempo que a árvore leva para chegar ao estágio ideal para a extração da cortiça. Em média, é necessário que o sobreiro tenha no mínimo 40 anos para que se possa extrair sua casca.

Antes disso ela não é suficientemente resistente, o que torna o material totalmente inútil.

Outro ponto de atenção são as condições de retirada da cortiça. A extração é feita com a remoção da 'casca' externa da árvore, que só pode ser feita no verão.



Isso ocorre porque é neste período que a casca está menos aderente ao tronco. Em qualquer outro estágio, é impossível removê-la.

Depois de retirada e cortada em forma de pranchas, a cortiça precisa descansar durante até seis meses, para depois continuar o processo. O próximo passo, então, é cozinhá-la em água aquecida a 95°.

Seguida deste banho, a cortiça precisa descansar por mais alguns dias. Após todas estas etapas, o material está pronto para o corte na forma cilíndrica e, assim, ser chamada de rolha.


Produção que vai além da rolha

O mercado de cortiças vai muito além da produção de rolhas. Este material é responsável pela fabricação de uma enorme quantidade de produtos, o que reforça ainda mais a importância desta indústria.

A versatilidade neste material é muito ampla. Sua presença está desde a construção civil, com aplicação em pavimentos, isolamentos e revestimentos, chegando até os setores de vestuários, calçados e acessórios.

Ficou surpreso? Saiba que a indústria militar, setor de aviação, indústria química e farmacêutica também usufruem da maravilhosa cortiça

Atualmente, a cortiça é indispensável para a economia de Portugal, sendo a produção de vinho, obviamente, o maior mercado consumidor. Cerca de 60% das cortiças portuguesas exportadas são destinadas aos vinicultores de todo mundo.


A importância da questão ambiental

Vivemos em uma era em que a questão ambiental é tema de responsabilidade de todos. Não é mais possível ignorar os problemas relacionados ao meio ambiente e pensar em soluções mais sustentáveis deve ser pauta de todos os setores.

A cortiça é dos poucos materiais à altura das exigências atuais, a começar pela árvore de onde é extraída. O sobreiro faz bem ao solo, ao ar, à biodiversidade e, felizmente, também à economia.

Quando falamos em cortiça, desperdício é a última palavra relacionada. Suas aplicações podem ser encontradas em diversas áreas por conta de suas qualidades. Trata-se de um material leve, elástico, impermeável e um ótimo isolante térmico e acústico, além de ser biodegradável e muito resistente à atritos.

E como dissemos, nada dela é dispersada. Até mesmo o seu pó pode ser usado para gerar energia elétrica.

Todas essas vantagens foram responsáveis por gerar alguns mitos que rondam esta indústria: é verdade que a cortiça está em extinção?.

A resposta para essa pergunta é não, mas os detalhes e explicações você pode conferir em meu canal em que tenho um vídeo só para falar sobre este assunto. Para assistir, clique aqui.


Gostou de saber mais sobre o incrível universo da cortiça? Se quiser se aprofundar sobre o assunto, não deixe de conferir meu vídeo De onde vem a rolha de cortiça?, onde falo mais sobre a cortiça.

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